Más notícias para a esquerda italiana: o Ius Soli, modelo de cidadania por local de nascimento, ou direito de solo, precisará ser reavaliado por quem o usa como referência, já que Donald Trump anunciou planos para eliminá-lo nos Estados Unidos.
O tema ganhou destaque no país, mas o impacto do anúncio reverberou também na Europa. Trump, de forma contundente, classificou o conceito como “ridículo” e defendeu mudanças que alterariam um direito garantido pela Constituição americana.
Modelo americano em xeque
Figuras da esquerda italiana, como Elly Schlein (líder do Partido Democrático), Angelo Bonelli (Europa Verde) e Nicola Fratoianni (Sinistra Italiana), que frequentemente exaltam o modelo americano, agora encaram um novo cenário.
Trump, durante sua primeira entrevista como presidente eleito, destacou a necessidade de endurecer a política migratória. A luta contra a imigração ilegal, um dos pilares de sua campanha, foi reafirmada ao propor o fim da cidadania automática para quem nasce no país, algo amplamente discutido na Itália.
Anúncio oficial e planos rigorosos
Em entrevista à NBC News, Trump, recém-chegado de uma viagem a Paris, onde se reuniu com a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, detalhou medidas a serem adotadas logo no início de seu mandato.
A partir de 20 de janeiro, afirmou ele, seu governo iniciará a deportação de imigrantes ilegais, com prioridade para os criminosos. Quando questionado sobre a possibilidade de expulsar todos os que estão no país sem documentos nos próximos quatro anos, respondeu: “Teremos que fazer isso”.
Trump chamou o conceito de cidadania por nascimento de “ridículo” e mencionou que, embora o direito esteja assegurado pela Constituição, buscará alterar essa regra por meio de uma ação executiva.
Impactos no direito à cidadania
Atualmente, o direito à cidadania por nascimento é garantido pela 14ª Emenda da Constituição dos Estados Unidos. Para Trump, no entanto, filhos de pais sem documentação não deveriam ter esse benefício.
Ele reconheceu a dificuldade de implementar tal medida, mas reforçou que priorizará quem aguarda legalmente pela imigração. “Os mais prejudicados são aqueles que estão há anos na fila para entrar legalmente no país”, disse.
Além disso, reforçou o discurso de expulsar criminosos: “Precisamos tirá-los do nosso país. Depois, agiremos com os demais”.
Texto integral da entrevista: Read the full transcript: President-elect Donald Trump interviewed by “Meet the Press” moderator Kristen Welker