A partir da próxima segunda-feira, 28 de outubro, uma mudança significativa no sistema judiciário italiano impactará diretamente milhares de pessoas que aguardam a obtenção da cidadania italiana.
Os juízes honorários, responsáveis pela maior parte dos julgamentos nesse tipo de processo, terão suas atribuições suspensas.
A decisão, divulgada pelo Conselho Superior de Magistratura (CSM), da Itália, nesta sexta-feira (25), coloca em xeque a agilidade da justiça italiana e gera um gargalo ainda maior nos tribunais.
Fontes do Italianismo informam que essa mudança foi antecipada por um juiz durante uma audiência, na manhã desta sexta-feira, reforçando a apreensão entre os envolvidos.
A secretaria do Tribunal de Roma confirmou a informação ao Italianismo.
Consequências da decisão
A medida, que restringe o julgamento de processos de cidadania aos juízes titulares — em número bem menor — terá como consequência direta o aumento do tempo de espera entre o protocolo e a sentença.
Tribunais já sobrecarregados, como o de Veneza, que possui audiências marcadas para mais de 24 meses, sentirão ainda mais os efeitos dessa mudança.
A decisão do CSM busca, em tese, garantir uma maior qualidade na análise dos processos.
No entanto, a falta de juízes titulares e a complexidade dos casos de cidadania poderão gerar um efeito contrário, atrasando ainda mais a resolução das demandas e gerando insatisfação entre os cidadãos.
Impactos na vida dos cidadãos
O atraso nos processos pode gerar prejuízos econômicos para os cidadãos, que frequentemente têm planos de vida e negócios vinculados à obtenção da cidadania.
Com a centralização dos processos nas mãos dos juízes titulares — ou, como é conhecido na Itália, togados —, é esperado que o tempo entre a protocolização do requerimento e a emissão da sentença aumente significativamente.
Além disso, tribunais já sobrecarregados, como o de Veneza, terão sua capacidade de atendimento ainda mais comprometida, resultando em uma crise ainda maior no sistema judiciário.