Pela primeira vez em Campo Grande, tradição italiana virou espetáculo durante a Fenasul
Ao som de “La Bella Polenta”, que traduzida descreve o processo da plantação do milho, produção do prato e hora que ela acaba na panela, família do Espírito Santo realizou pela primeira vez em Campo Grande, o “Tombo da Polenta”. O espetáculo que virou um caldeirão com 80 litros da iguaria aconteceu na primeira noite da 13ª edição da Fenasul (Feira de Produtos Gaúchos) e se repete neste domingo (7), às 20h.
Leia também: Festa italiana em Curitiba serve 12 toneladas de polenta e frango frito
Com a ajuda de três homens e correntes reforçadas, a caçarola gigante foi entornada em um verdadeiro show da tradição italiana. O panelão é uma réplica das usadas nas cozinhas das avós na Itália e nas casas onde as famílias ainda mantêm o costume.
O grupo Polenteiros da cidade de Alfredo Chaves, no Espírito Santo, foi o convidado para a tombar a polenta em Campo Grande. Rosa Maioli explica que o Espírito Santo foi o primeiro estado a receber os imigrantes italianos e que a polenta, prato típico da região norte da Itália, foi a receita que alimentou os colonizadores italianos nos primeiros anos em terras capixabas.
“É uma tradição dos nossos nonos e nonas e é um alimento que sustenta. Para celebrar e festejar o alimento está em primeiro lugar”, pontua.
Mas por que tombo?
Pela tradição, quem preparava a polenta para a família era sempre a matriarca. Depois do alimento pronto, a mãe ficava na ponta da mesa, tombava a polenta em uma tábua e fazia a divisão do alimento.
A base é a farinha de milho – o fubá -, e a receita representa um ritual e símbolo de união familiar.
Em Campo Grande, o “Tombo da Polenta”, é uma festa à parte. O público se reúne em volta e disputa lugar para conseguir uma foto do espetáculo. Ao fim, o alimento típico foi servido ao público da Fenasul.
Não há uma conta exata para a receita, pois segundo Edimar Vaneli, depende do estilo da polenta. Para comer com o molho à bolonhesa, que foi o caso desta sexta-feira, a mistura tem de estar molinha.
Para a estreia do evento foram fabricados mais de 80 litros de polenta, com a mistura de cinco quilos de fubá. Edimar ressalta que quando a intenção é fazer a polenta para cortar precisa do dobro do fubá. O caldeirão veio direto de Alfredo Chaves.
Leia também: Polenta: de comida de pobre à restaurantes badalados
Por Danielle Valentim/Campo Grande News